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Com toda prosperidade e glória alcançados pela civilização indiana, no século VI d.C. ela iniciou a dar passos em direção à ruína e decadência, especialmente nos assuntos religiosos, morais e sociais.
No entanto, com toda prosperidade e glória alcançados pela civilização indiana, no século VI d.C. ela iniciou a dar passos em direção à ruína e decadência, especialmente nos assuntos religiosos, morais e sociais. Isto se deu por vários motivos e fatores.
Abu Al Hassan Annadawi[2] – representante da assembléia dos sábios da Índia – retrata isso ao falar sobre a situação da civilização indiana no século VI: “Todos os que escreveram sobre a história da Índia estão em consenso no fato de que a sua mais abominável fase religosa, moral e socialmente é a etapa que se inicia a partir do século VI cristão”. Após Annadawi retratar a corrupção de crença entre eles, disse: “Surgiu na Índia o sistema de classes em seu mais horrível conceito, não é conhecido na história de nenhuma nação um sistema de classes mais duro, mais racista, e mais humilhante contra a honra do ser humano que este sistema. Três séculos antes do nascimento de Cristo se desenvolveu na Índia a civilização Barha, quando foi estabelecido um novo decreto para a sociedade indiana, e foi redigida uma lei civil e política que se tornou lei oficial e fonte religiosa na vida social e civil, conhecida hoje como “Manuchester”. Esta lei divide o povo em quatro castas:
Esta lei concedeu à casta dos brahmanes exclusividades e direitos que os fizeram deuses. Nele consta que: “os brahmanes são os selecionados de Deus e são os reis das criaturas, tudo o que existe na Terra é posse deles, eles são as melhores criaturas e os senhores da Terra, podem pegar dos bens de seus servos sudras o que quiserem porque o servo nada possui, todos os seus bens são de seu senhor”.
Porém, os sudras (os excomungados) eram considerados na sociedade indiana – como decretava esta lei civil e religiosa – mais baixos que os animais, mais humilhados que os cachorros, a pena para o assassinato de um cachorro, gato, sapo, lagartixa, corvo, coruja ou um homem desta casta excomungada é a mesma[3].
Quanto à mulher na sociedade indiana[4], era considerada como serva, o homem chegava a perder sua mulher nos jogos, e havia casos em que a mulher tinha vários maridos. Se o marido de uma mulher morrer ela é considerada como uma mulher morta e enterrada, não casa e é alvo de humilhação e acusação e é transformada em serva na casa de seu marido morto e empregada dos cunhados, podendo até queimar a si mesma depois da morte de seu marido para escapar do castigo e infelicidade da vida![5].
Assim era a civilização indiana antes do Islam, repleta de flagrante ignorância, baixa idolatria, injustiça social sem comparativo entre as nações e sem similar na história do mundo. Al Bairuni[6]citou algo deste assunto e fez fortes críticas a este sistema em seu livro sobre a Índia denominado: “O que a Índia tem de ditos aceitáveis ou insípidos”, quem quiser mais informações deve pesquisá-lo.
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9 Abu Al Hassan Annadawi: Abu Al Hassan Ali ibn Abdul Hayi ibn Fakhr Addin Al Hassani (1914-1999 dC), sábio, divulgador combatente e literário destacado. Nasceu e morreu na cidade de Takia na Índia. Dentre os seus principais livros: “O que o mundo perdeu com a decadência dos muçulmanos”.
[3] Veja: Will Durant: A História da Civilização 3/164-168.
[4] Sobre a situação da mulher na sociedade indiana, veja: A História da Civilização 3/177-183).
[5] Veja: Abu Al Hassan Annadwi: O que o mundo perdeu com a decadência dos muçulmanos p. 68-76.
[6] Al Bairuni: Abu Al Raihan Muhammad ibn Ahmad Al Bairuni Al Khawarizmi (262 – 440 dH / 973 – 1047 dC), filósofo, matemático e historiador. Um dos notáveis cientistas de Khawarizm, famoso entre os reis de sua época. Veja: Al Suiuti: Bughiat Al Wua’t 1/ 50, 51, e Al Zarkali: Al A’alam 5/314.
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